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Crônicas de Nárnia: Saiba mais sobre a história que deu origem ao filme e sobre o autor da fábula

Posted in As Crônicas de Nárnia on outubro 24, 2007 by sergiofernandes


Por Revista Época

Um mundo que faz referências ao cristianismo e à mitologia. Descubra o universo que saiu da mente de um escritor irlandês chamado C.S. Lewis

As histórias criadas por C.S. Lewis no mundo fabuloso de Nárnia, compreendem ao todo sete livros. A ordem de publicação dos contos, no entanto, não foi cronológica. O primeiro livro lançado – Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa – é, na verdade, o segundo, levando-se em conta a ordem de acontecimento dos fatos. O Leão, A Feiticeira e o Guarda-roupa, escolhido para ser adaptado ao cinema, focaliza a história em quatro crianças,chamadas Pedro, Susana, Edmundo e Lucia (em português). Quando vão morar na casa de um tio distante, que vive no campo, as crianças nem desconfiam que a propriedade seria o passaporte para um outro mundo.

Em um dos muitos quartos da mansão do tio Digory, Lucia encontra um enorme armário de madeira. Curiosa com sua descoberta, ela entra na peça e, assim, acidentalmente, descobre o caminho para o mundo de Nárnia. Logo que começa a andar pelas terras ela encontra um ser metade cabrito, metade homem (um Fauno). É ele quem explica à menina que Nárnia é dominada por uma Bruxa, a qual deixou seu mundo em um eterno inverno. Ela também ordenou que todos os humanos que cruzassem suas terras fossem levados à sua presença. A criatura, no entanto, compadecida pelas atitudes da menina, ajuda-a a encontrar o caminho de casa.
 

Uma terra onde os animais falam
Em Nárnia não existem humanos, só animais. Alguns falam, outros não. O primeiro livro conta que Aslan, o soberano maior de Nárnia, teria escolhido um casal de cada espécie e dado a eles o dom da fala. Eles poderiam, então, escolher se desejariam continuar desta maneira ou se voltariam a ser animais ordinários, como a maioria. Tanto a Bruxa quanto as crianças que conhecem Nárnia vêem de outros mundos. Cabe a esses humanos, contudo, modificar as estruturas vigentes em Nárnia. Quando Pedro, Edmundo, Susana e Lucia finalmente chegam juntos a essa terra fabulosa, encontram um Castor. É o animal que explica às crianças como está a vida em Nárnia desde a chegada da Bruxa.

O Castor revela que Nárnia vive em um constante e tenebroso inverno, no qual nunca chega o Natal. A Bruxa castiga quem é contra seus domínios transformando-os em pedra. Segundo uma lenda local, somente com a chegada de ‘dois filhos de Adão’ e ‘duas filhas de Eva’, o poder da Bruxa em Nárnia iria acabar.

Alertados pelo Castor, Pedro, Susana e Lucia descobrem que foram traídos por Edmundo. O menino entregou o paradeiro dos irmãos à Bruxa em troca de um doce enfeitiçado. Para salvá-los de ser transformados em pedra, o Castor leva as crianças ao encontro de Aslan, o soberano de Nárnia.


Quem é Aslan
Toda a história dos acontecimentos de Nárnia está diluída em seus sete volumes. Desta maneira, o leitor de C.S. Lewis só conhece a verdadeira importância do Leão Aslan conforme lê os livros, um a um. O personagem criado pelo autor irlandês na fábula é a personificação de um criador supremo. Foi ele quem trouxe a vida para Nárnia, bem como definiu quem seriam os animais falantes e quais seriam as leis daquela terra.

Aslan talvez seja o personagem mais complexo da saga, já que podem ser feitas muitas interpretações de seu papel em Nárnia. Cabe a Aslan, também, perdoar o irmão traidor, na história contada no livro que virou filme. O Leão se sacrifica para que Edmundo não morra nas mãos da Bruxa maligna. Para muitos, há aí uma analogia com Jesus Cristo e seu papel no cristianismo. Inúmeras referências mitológicas também são encontradas nos contos sobre Nárnia. Influências celtas, vindas da Irlanda, país natal de Lewis, são outras que podem ser notadas na obra.

Aslan é uma criatura de extrema inteligência e bondade. Conhecedor das leis que regem Nárnia, cabe a ele combater a Bruxa. No entanto, não é ele quem governa essas terras. Ele deixa os habitantes terem livre arbítrio para escolherem o que devem ou não fazer ao conduzir suas vidas.
 

Uma fábula para crianças?
C.S. Lewis foi contemporâneo e amigo pessoal de J.R.R. Tolkien, o autor da obra O Senhor dos Anéis. Da mesma maneira que o autor inglês, Lewis criou um mundo com características próprias, uma fábula extremamente complexa. Por isso mesmo, apesar de ter muitas crianças como protagonistas nos sete volumes de sua obra, Crônicas de Nárnia não é uma obra propriamente infantil.

A história do livro que virou filme começa colocando os quatro irmãos como fugitivos da Segunda Guerra Mundial. Eles vão para a mansão do tio fugindo de possíveis ataques em Londres, onde viviam com os pais. Além de abordar a conivência entre os irmãos, o livro foi o primeiro a introduzir o leitor no mundo criado por Lewis. Talvez por isso, a escolha de a história ser focalizada nas aventuras das quatro crianças em terras desconhecidas.

A idéia para escrever as Crônicas de Nárnia vieram aos poucos, em imagens, como contou Lewis certa vez: ‘um fauno carregando um guarda-chuva, uma rainha em um trenó, e um leão magnífico’. Dessas imagens mentais ele foi desenvolvendo a Terra de Nárnia, lugar habitado por alguns animais que vivem no nosso mundo e por outros saídos diretamente do mundo da mitologia.

Curiosamente, As Crônicas de Nárnia não são muito conhecidas entre os brasileiros. Mas este é um fenômeno atípico para a obra, que já vendeu mais de 85 milhões de exemplares em todo o mundo. A majestade da obra de Lewis ficou em primeiro lugar no gosto dos jovens europeus (principalmente os ingleses) por muitos anos, e só perdeu seu posto de honra com o surgimento da saga de Harry Potter, de J. K. Rowling, a quem, certamente, influenciou bastante.


Um irlandês chamado C.S. Lewis
Apesar de ser mundialmente conhecido pela obra As Crônicas de Nárnia, C.S. Lewis escreveu mais de 40 livros. Professor de Literatura Medieval e Renascentista da Universidade de Oxford, Lewis era fascinado pelos acontecimentos de outras épocas e eras, o que pode ser facilmente notado na complexidade do mundo que ele criou com Nárnia. Também era um estudioso do cristianismo, doutrina religiosa que influenciou fortemente em sua produção intelectual.

Clive Staples Lewis nasceu em 29 de novembro de 1898, em Belfast, capital da Irlanda. Como sua família era protestante, logo mudou-se para a Inglaterra, onde estudou literatura medieval e cristianismo. Teve um irmão, que nasceu quando sua família ainda vivia na Irlanda: Warren era três anos mais novo que Clive. A mãe dos dois morreu dez anos depois do nascimento de C.S. Lewis, fato que influenciou fortemente sua fé, tanto que, aos 21 anos, declarou-se ateu.

Quem trouxe Clive Lewis de volta ao cristianismo foram os amigos – T.S. Eliot e J.R.R. Tolkien, em 1931. Os primeiros contados com mitologia aconteceram na adolescência, quando ele passou a se interessar pelas lendas nórdicas e celtas.

Entre 1925 e 1954, Lewis foi professor de Literatura Medieval e Renassentista na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Nessa época já integrava um importante grupo que discutia literatura, o qual tinha Tolkien, Charles Williams e Owen Barfield como membros.

A carreira como escritor já havia começado, mas era restrita à teses acadêmicas. O primeiro trabalho de ficção escrito por Lewis foi The Pilgrim’s Regress, o qual continha elementos da experiência do autor com o cristianismo. As Crônicas de Nárnia é o terceiro trabalho de ficção de Lewis. Foi neste trabalho que o irlandês pode mostrar seu apurado conhecimento em mitologia grega, romana e nórdica, e, ao mesmo tempo imprimir uma marca pessoal na concepção de seu mundo de fábula. Bem como as obras anteriores, elementos do cristianismo estão presentes também nesta criação.

C.S. Lewis morreu em 22 de novembro de 1963, em Oxford, ao lado de seu irmão, Warren. Curiosamente, a morte do escritor foi pouquíssimo noticiada, pois aconteceu no mesmo dia do assassinato do presidente americano John Kennedy. Escritores contemporâneos de literatura juvenil inglesa já revelaram ser fortemente influenciados pelo trabalho de Lewis. É o caso de Daniel Hundler (de A Series of Unfortunate Events), Eoin Colfer (de Artemis Fow) e, claro, J.K. Rowling, que já contou ter prestado uma homenagem a Lewis na saga Harry Potter. O nome Cedric Diggory, personagem de O Cálice de Fogo, é uma referência a Digory Kirke, personagem de Crônicas de Nárnia, principalmente no livro O Sobrinho do Mago.

As Crônicas de Nárnia – Um filme, um conto e a fantasia que nos ensinam muito a respeito de nossa própria fé

Posted in As Crônicas de Nárnia on outubro 23, 2007 by sergiofernandes


Algumas informações para apreciar melhor o filme As Crônicas de Nárnia. Um mundo mágico com figuras mitológicas e metáforas que cria um universo de estórias fantásticas.

Em dezembro de 2005 chegou ao cinema um dos contos das Crônicas de Nárnia, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, de C.S. Lewis, escritor, professor universitário e autor de uma vasta obra literária, que aqui recorre a metáforas, a imaginação e a fantasia para re-propor a história e o sentido do cristianismo. Nesta obra afirma seu claro propósito de atrair a atenção do público para as verdades da fé cristã, uma catequese por meio desse mundo mágico de Nárnia.

Esse conto ora filmado pela Disney, que resolveu encampar o projeto da Walden Media de adaptar para o cinema todos os sete contos das Crônicas de Nárnia, conta uma estória iniciada na Inglaterra sitiada durante a Segunda Guerra Mundial, quando os quatro irmãos Pevensie – Pedro (William Moseley), Susana (Anna Popplewell) e os pequenos Edmundo (Skandar Keynes) e Lúcia (Georgie Henley) – para fugir dos bombardeios de Londres são levados para o interior do país, onde ficam alojados na grande casa de um professor aposentado, Digory (Jim Broadbent). É lá que uma brincadeira de esconde-esconde revela um guarda-roupa encantado, onde Lúcia descobre uma passagem secreta que conduz ao universo paralelo de Nárnia.

Nárnia vive em um constante e tenebroso inverno, pois caiu sob magia da Feiticeira Branca, Jadis (Tilda Swinton), que obrigou seus habitantes a sofrerem 100 anos de frio e gelo sem direito ao Natal. No conto se evidencia que o problema em Nárnia não é o inverno ou o gelo, mas a triste sina de que o Natal não vem, isto é, não vem a alegria do viver, do significada da vida, e num mundo sem o Natal a vida daqueles que lá habitam é um constante e tenebroso inverso. A Feiticeira Branca castiga quem é contra seus domínios transformando-os em pedra, e mantém espiões pela floresta para garantir o seu reino. A chegada dos irmãos Pevensie pode mudar tudo isso, pois uma antiga profecia prenunciava que com a chegada de ‘dois filhos de Adão’ e ‘duas filhas de Eva’, poria fim ao poder de Jadis em Nárnia. Mas não eles sozinhos, surgem rumores de que Aslan, o rei leão que há tempos está desaparecido, chegaria junto com as crianças, pronto para reclamar seu trono.

A obra As Crônicas de Nárnia é formada por sete contos: O sobrinho do mago, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, O cavalo e seu Menino, Príncipe Caspian, A Viagem do Peregrino da Alvorada, A Cadeira de Prata, e A Última Batalha, que se dão em parte ou totalmente em Nárnia, um mundo completamente imaginativo, mas que possui algumas “portas” para o nosso mundo. Os contos propiciam em si uma compreensão quando lidos separadamente, mas, há uma harmonia no conjunto dos acontecimentos da estória de Nárnia diluída entre os sete contos, que entrelaça personagens entre vários dos contos. A partir dessa fantasia Lewis criou num mundo lúdico onde feiticeiras, faunos e animais falantes são usados como analogias para fazer chegar aos jovens, numa linguagem atraente a eles, verdades como: tudo o que existe foi criado por Deus, há no mundo uma luta entre o bem e o mal, e cada um é chamado a reconhecer o seu desígnio.

É preciso destacar que o público alvo de Lewis são as crianças e os jovens para quem um mundo mágico, figuras mitológicas e metáforas são perfeitamente plausíveis e até desejáveis, num universo de estórias fantásticas, como nos dias de hoje o faz J.K. Rowling com sua escola de magia em Harry Potter. Esse gênero literário imaginativo de Lewis com As Crônicas de Nárnia não tem nada a ver com o esoterismo moderno desprovido de sentido, e criado por adultos vazios e sem referências culturais, onde o niilismo faz florescer lojas de fada e gnomos que, entretanto não remetem a uma identidade, a experiência de pertencer a uma história. Esse esoterismo tem como público-alvo adultos que preenchem o seu vazio como um nada.
Na leitura das Crônicas é possível perceber que o objetivo de Lewis era o de criar uma fantasia para nela melhor descrever a realidade. Colocar nas metáforas do imaginário a beleza da amizade, do encontro, do perdão, da criação, da graça, e assim educar o olhar de seus leitores ao Mistério presente na história, pois nas pessoas e nas coisas há a presença do Mistério, o qual por vezes não se reconhece ofuscados por uma cultura pseudo-racionalista, que diz que se deve acreditar naquilo que a ciência comprova, ou no que uma lei estatal determina.

Vários autores modernos como G.K. Chesterton, afirmam que o imaginário faz parte da experiência e da qualidade de vida humana, o próprio Cristo usava as parábolas durante os seus ensinamentos afirmando “aqueles que têm ouvidos para ouvir ouçam”, mas o mundo adulto parece desejar cada vez mais uma linguagem racionalista que é distante da linguagem infantil, essencialmente lúdica e imaginativa, que Lewis adota nesses contos.

Assim os acontecimentos de Nárnia são metáforas da vida, de possibilidades que há na vida de qualquer pessoa. Criando esse mundo imaginário, ele cria também seres bem distintos dos reais, usando figuras extraídas de vários mitos grego-romano ou nórdicos, como faunos, centauros e bruxas, mas as características atribuídas a todos eles é a da personalidade dos próprios homens, e aqui a fantasia remete ao real.

A metáfora mais provocadora é a de Aslam, e o leitor de C.S. Lewis só conhece a verdadeira importância do Leão Aslam conforme lê os sete contos, onde o personagem é uma analogia à Santíssima Trindade. E para se compreender isso se precisa conhecer pelo menos o conto O Sobrinho do Mago, na realidade escrita posteriormente ao Leão a Feiticeira e o Guarda-Roupa. Ele é o Criador, quem trouxe a vida para Nárnia. É Aslam quem determina as leis daquela terra, e assim Lewis instiga seus leitores mirins a se questionarem, se Aslam criou Nárnia, quem criou este mundo?

O ápice do conto é a morte de Aslam, metáfora da redenção de Cristo que morre por todos os pecadores, se oferecendo em sacrifício a Feiticeira Branca, em troca de Edmundo, seu prisioneiro, um mentiroso. Mas ele, criador de Nárnia, sabia que: “… se uma vítima voluntária, inocente de traição, fosse executada no lugar de um traidor, … a própria morte começaria a andar para trás…”, acontecendo com isto a ressurreição de Aslam, que acaba com o constante e tenebroso inverno de Nárnia. Quem presencia este fato são as “duas filhas de Eva”, como no Evangelho que diz que as mulheres foram ao sepulcro e o anjo lhes anunciou a ressurreição do Senhor. Após a ressurreição Aslam vai com elas num lugar que Lúcia diz parecer um museu, pois tinha bicho e gente de pedra, eram aqueles a quem Jadis tinha transformado em estatuas de pedra por si oporem ao seu reino, mas Aslam soprando em cada um, pois Cristo veio para cada homem, devolve a vida a todos eles. Assim, não somente aqueles que estavam vivos podem comemorar o Natal, mas o sacrifício de Aslam é também por aqueles que já haviam “morrido”. Aslam é o Deus trino, criador, redentor e consolador, como se verá em outros contos.
Na adaptação feita pelo cinema o conto perdeu a força dos diálogos, a clareza das metáforas, e principalmente a centralidade em temas como amizade, perdão e Graça que se diluem num filme de figurinos e cenários bem elaborados, e de muitos efeitos visuais, é por isso que pelas lentes da Disney não é possível reconhecer em toda a sua força e beleza o anúncio cristão do conto de Lewis. Assim sendo, ao invés de apenas esperar pelos próximos filmes, bem melhor será já ler O Sobrinho do Mago.

Por Ana Cláudia Ribeiro de Souza (Revista Passos)

Um irlandês chamado C.S. Lewis

Posted in As Crônicas de Nárnia on outubro 23, 2007 by sergiofernandes


Apaixonado por mitologia e cristianismo, o escritor irlandês criou um universo próprio, repleto de referências, com sua obra As Crônicas de Nárnia

Apesar de ser mundialmente conhecido pela obra As Crônicas de Nárnia, C.S. Lewis escreveu mais de 40 livros. Professor de Literatura Medieval e Renascentista da Universidade de Oxford, Lewis era fascinado pelos acontecimentos de outras épocas e eras, o que pode ser facilmente notado na complexidade do mundo que ele criou com Nárnia. Também era um estudioso do cristianismo, doutrina religiosa que influenciou fortemente em sua produção intelectual.

Clive Staples Lewis nasceu em 29 de novembro de 1898, em Belfast, capital da Irlanda. Como sua família era protestante, logo mudou-se para a Inglaterra, onde estudou literatura medieval e cristianismo. Teve um irmão, que nasceu quando sua família ainda vivia na Irlanda: Warren era três anos mais novo que Clive. A mãe dos dois morreu dez anos depois do nascimento de C.S. Lewis, fato que influenciou fortemente sua fé, tanto que, aos 21 anos, declarou-se ateu.

Quem trouxe Clive Lewis de volta ao cristianismo foram os amigos – T.S. Eliot e J.R.R. Tolkien, em 1931. Os primeiros contados com mitologia aconteceram na adolescência, quando ele passou a se interessar pelas lendas nórdicas e celtas.

Entre 1925 e 1954, Lewis foi professor de Literatura Medieval e Renassentista na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Nessa época já integrava um importante grupo que discutia literatura, o qual tinha Tolkien, Charles Williams e Owen Barfield como membros.

A carreira como escritor já havia começado, mas era restrita à teses acadêmicas. O primeiro trabalho de ficção escrito por Lewis foi The Pilgrim’s Regress, o qual continha elementos da experiência do autor com o cristianismo. As Crônicas de Nárnia é o terceiro trabalho de ficção de Lewis. Foi neste trabalho que o irlandês pode mostrar seu apurado conhecimento em mitologia grega, romana e nórdica, e, ao mesmo tempo imprimir uma marca pessoal na concepção de seu mundo de fábula. Bem como as obras anteriores, elementos do cristianismo estão presentes também nesta criação.

C.S. Lewis morreu em 22 de novembro de 1963, em Oxford, ao lado de seu irmão, Warren. Curiosamente, a morte do escritor foi pouquíssimo noticiada, pois aconteceu no mesmo dia do assassinato do presidente americano John Kennedy. Escritores contemporâneos de literatura juvenil inglesa já revelaram ser fortemente influenciados pelo trabalho de Lewis. É o caso de Daniel Hundler (de A Series of Unfortunate Events), Eoin Colfer (de Artemis Fow) e, claro, J.K. Rowling, que já contou ter prestado uma homenagem a Lewis na saga Harry Potter. O nome Cedric Diggory, personagem de O Cálice de Fogo, é uma referência a Digory Kirke, personagem de Crônicas de Nárnia, principalmente no livro O Sobrinho do Mago.

Por LUCIANA BORGES (Revista QUEM)

Trecho do artigo de Contardo Calligaris (Folha de São Paulo) sobre As Crônicas de Nárnia

Posted in As Crônicas de Nárnia on outubro 23, 2007 by sergiofernandes


Na Ilustrada, caderno de cultura da Folha de São Paulo, Contardo Calligaris sugere As Crônicas de Nárnia como boas sugestão de filmes. A maior parte de sua coluna centra-se no filme da Disney.

Mas vamos a “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”. O filme suscitou uma salva de críticas ideológicas, porque a história seria uma alegoria do triunfo do cristianismo.

C. S. Lewis era cristão (convertido tardiamente pelo amigo Tolkien, o autor de “O Senhor dos Anéis”). De fato, na história do leão Aslam, há elementos que evocam a história de Cristo. Mas em termos: para mim (e para vários outros), a “loucura” da mensagem cristã fala do sacrifício de um humilde, de um cordeiro que resgata a todos. Nada a ver com um leão que reúne um exército para enfrentar o mal.

Alguns comentadores não se preocuparam com essa discrepância e não se perguntaram de onde ela vem. Preferiram apresentar Lewis como um conselheiro espiritual de George W. Bush: sua visão de um cristianismo guerreiro coincidiria com o espírito dos falcões que promoveram a invasão do Iraque como mais uma cruzada.

Por gratidão pelo prazer que a leitura das “Crônicas” me proporcionou na infância, devo defender Lewis desse disparate.

Lewis escreveu uma deliciosa autobiografia, “Surprised by Joy: the Shape of My Early Life” (surpreendido pela alegria: a forma do começo de minha vida), na qual ele narra o caminho de sua conversão.

Sua paixão, desde a infância, foi o mundo mágico da aventura. Da vasta e excelente produção de Lewis crítico e historiador da literatura da Idade Média e da Renascença, conheço dois livros, talvez os principais: “The Allegory of Love” (a alegoria do amor), de 1936, e “The Discarded Image” (a imagem descartada), de 1964. Ambos celebram e festejam a possibilidade (que explode na literatura da Renascença italiana com Ariosto, Boiardo e Tasso) de narrar o maravilhoso, além da vida real e além do mistério da fé.

É por causa dessa paixão pelo maravilhoso que Lewis se converteu: adotou o cristianismo porque viu nas verdades da fé mais uma história fantástica, que tinha a vantagem de poder ser verdadeira.

É injusto dizer que Lewis escreveu as “Crônicas de Nárnia” como uma alegoria do cristianismo. Ao contrário, ele se tornou cristão porque a história de Cristo lhe parecia tão fantástica quanto a história dos Cavaleiros da Mesa Redonda (ou a do leão Aslam, salvador de Nárnia).

Novas Artes Conceituais de “As Crônicas de Nárnia: O Príncipe Cáspian”

Posted in As Crônicas de Nárnia on outubro 22, 2007 by sergiofernandes


Sátiros e anões (Trumpkin e Nikabrik)


Pedro e Caspian


Miraz e telmatinos


Praia de Cair Paravel


Encontro de Caspiane os antigos narnianos


Lúcia na floresta


Lúcia e Aslam

Cegos agora podem “ver” Nárnia

Posted in As Crônicas de Nárnia on outubro 17, 2007 by sergiofernandes


Há aproximadamente uma década, Paul Weingartner começou uma jornada que o levaria, e também o Centro para Cegos das Assembléias de Deus, até Nárnia. Depois de anos esperando e querendo produzir uma versão em braile* do clássico de C. S. Lewis, As Crônicas de Nárnia, com figuras palpáveis**, Weingartner e o Centro para Cegos estão próximos de completar essa jornada. O trabalho completo incluirá O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, Príncipe Caspian e A Viagem do Peregrino da Alvorada. Os livros restantes estão sendo preparados e serão lançados em 1 de julho de 2008. Leia a notícia completa no site das Assembléias de Deus dos Estados Unidos.

(*) Braile é um modo de escrita que consiste em fazer certos pontos em alto relevo em uma folha. O conjunto desses pontos forma uma letra e assim, as palvras.
(**) Que pode ser tocado. Figuras em alto relevo.

Fonte: Nárnia Brasil

Produtores das Trilhas de Nárnia são Premiados

Posted in As Crônicas de Nárnia on outubro 17, 2007 by sergiofernandes

Os compositores das trilhas sonoras dos filmes da série Nárnia, David Arnold e Harry Gregson-Williams, estavam entre os vencedores do Prêmio BMI Londres 2007, anunciados nesta terça-feira, 16 de outubro, pela noite.

David Arnold recebeu uma premiação pelo seu trabalho em ‘Casino Royale’, enquanto Harry Gregson-Williams recebeu duas premiações pelos seus trabalhos em ‘Deja Vu’ e ‘Flushed Away’.

OBS: Harry Gregson-Williams trabalhou na trilha sonora de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, e também apresentará suas canções em Príncipe Caspian. Já David Arnold será o compositor em A Viagem do Peregrino da Alvorada.

Fonte: Nárnia Brasil

Entrevista com Douglas Gresham na produção de Nárnia: O projeto cinematográfico de Nárnia

Posted in As Crônicas de Nárnia on outubro 17, 2007 by sergiofernandes


Ei, fãs de Nárnia!
Bem vindos a “Por trás do guarda-roupa”. Uma série da entrevista com Douglas Gresham. Junte-se a nós enquanto descobrimos mais sobre CS Lewis, Narnia e muito mais nesta série de entrevistas.
Agradecimentos especiais a Paul Martin (o Webmaster do site NarniaFans) e ao Sr. Douglas Gresham em pessoa por esta oportunidade surpreendente. E agradecimentos ainda maiores ao Sr. Gresham por levar em consideração algumas de minhas “perguntas impossíveis”. Obrigado por ser tão gentil quanto a isto!

Nesta semana: O projeto cinematográfico de Narnia.

Por que demorou tanto para os filmes de Nárnia serem feitos?
Minha teoria? O Espírito Santo de Deus os “segurou” até que chegasse o momento certo.

Você acha que as adaptações do Senhor dos Anéis e da série Harry Potter ajudaram para que Hollywood percebesse que havia uma abertura para Nárnia?
Na verdade não. Nós tinhamos um acordo cinematográfico acertado bem antes que eles começassem qualquer um dos dois projetos. Este primeiro projeto acabou em nada, mas nós tinhamos que esperar até que os direitos estivessem liberados antes de prosseguirmos.

O tempo era certamente o apropriado para os filmes de Nárnia no que diz respeito à tecnologia para trazer-los à vida assim como o fato de a audiência geral (e não apenas os fãs dos livros de Jack) querer mais filmes de fantasia. Era exatamente isso que você estava esperando, certo?
Não, não exatamente. Por muitos anos, eu já vinha tentado trazer filmes de Nárnia bem feitos muito antes que o primeiro dos atuais fossem feitos. O fato é que o Espírito Santo de Deus segurou as coisas por todos esses anos até que o tempo fosse o tempo perfeito para que “O Leão, a feiticeira e o guarda-roupa” fosse apresentado para o público. É verdade também que nós não poderíamos ter feito o filme que fizemos mesmo que em um ano antes do que foi feito, e claro, nossas equipes levaram a tecnologia disponível até o seu limite ao fazer o filme. É também verdade que, em partes o trabalho de Peter Jackson em “O Senhor dos anéis” e o advento de J.K.Rowlings chamou a atenção para a fantasia no cinema, mas este era um mercado que eu já tinha percebido que existia há anos. Eu já pensava nisso muito antes que Peter fizesse a trilogia do anel e antes que Rowlings sequer escrevesse o primeiro livro! Eu estava incendiado por completo e entusiasmado muito antes do tempo certo, e Deus teve que puxar minhas rédeas consideravelmente para tornar mais lento o processo. Para mim, para ser mandado ficar quieto e esperar, é uma das instruções dEle mais difíceis de se obedecer:-)

Sim, eu conheço as primeiras idéias para a versão cinematográfica de Nárnia (a versão modernizada feita em Los Ageles, com Edmundo sendo tentado com um hamburguer e milk shake em vez de manjar turco). Eu penso que este seja um exemplo de que “quanto menos se falar sobre”, melhor?
Com certeza. Olhando pra trás agora, é muito gratificante ter provado que eu estava certo em guardar minhas armas, durante aquela dura pressão, no que diz respeito a como o primeiro filme deveria ser escrito e feito.
Devo dizer que acho que aquela versão sequer poderia ter sido feita. Em grande parte devido a fato de os nomes serem demasiadamente britânicos para se passarem como americanos (eu nunca conheci ninguém nos EUA com nomes como Edmundo, Digory ou Eustáquio)

Você viu versões antigas da mini-série da BBC dos livros de Nárnia?
Sim.

Qual é a sua opinião sobre ela (e, por favor, seja honesto)?
Com o orçamento que tiveram e a tecnologia disponível no momento fizeram um trabalho bem bonito, com exceção da grande confusão no elenco de um ou dois dos personagens.

Por que eles nunca fizeram outros três livros na série?
Eu não faço nenhuma idéia.

Eu ouvi boatos que não fizeram “A última batalha” ou “O sobrinho do mago”por serem os mais “cristãos” dos sete livros. Os boatos são verdadeiros?
Obviamente que não pois eles não são verdade.

Eu sei que tanto Jack como Tolkien tiveram opiniões muito negativas de o que Disney tinha feito com vários dos contos de fadas… Como você pensa que Jack se sentiria sobre a Disney produzindo as novas versões de Nárnia?
Para esclarecer as coisas, a Disney é a distribuidora dos filmes, e de fato (até então) tem sido extraordinariamente bom trabalhar com ela. A Disney tem a melhor rede de distribuição no mundo e é boa nisso, assim creio que Jack não teria nenhuma objeção quanto a ela em distribuir os filmes.

Em relação à Disney, o que você sente em ver Aslam ao lado de personagens como Mickey Mouse e Caco, o sapo no website da Disney e nas lojas?
Eu não sinto nada em relação a isso assim como eu nunca o vi. Eu creio que Jack teria preferido o Caco. Eu preferiria.

Eu sei que muitos dos fãs estavam preocupados quanto a Disney manter os temas intactos, você acha que a preocupação deles era válida?
Como eu disse antes, a Disney só distribui os filmes. Muita gente ficou com os nervos à flor da pele quanto a isso, mas me diga você, as preocupações deles eram válidas (eu estou presumindo que você viu o filme)?

Eu vi o filme “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa”. Eu não penso que as preocupações eram válidas. Mas o fato é que eu li muito disso na Internet. Eu tive mesma impressão de que os filmes seriam fiéis aos livros e conteriam o mesmo visual e temas, isto porque seria impossível contar as histórias de Nárnia sem esses aspectos (isto, e o fato de você estar co-produzindo e servindo como o consultor criativo. Eu não creio que você os deixaria trabalhar desconsiderando aqueles elementos).
Parte de minha responsabilidade é tentar assegurar de que, não importa o quanto as histórias sejam mudadas ao se ajustarem para a forma cinematográfica (e grandes mudanças podem ser vitais) o tema essencial do livro sempre permaneça no tema do filme.

Como você sentiu quanto a Disney os distribuindo? Você se preocupou em algum momento?
Eu tive uma boa conversa com Dick Cook e Mark Zoradi sobre isso e decidimos que era a melhor coisa a ser feita.

Que você achou do merchandising?
Bom, como o co-produtor esta era (e é) uma das coisas das quais estou encarregado, assim que eu não tenho comentário melhor a fazer do que dizer que eu creio que nossa equipe fez um trabalho muito bom.

Eu também penso que o merchandising foi muito bom. Nem muito, nem pouco. Eu estava muito contente em finalmente ter figuras da ação de Nárnia para reviver minhas partes favoritas (ou apenas para ter Aslam ao lado de meu Gandalf de “Senhor dos Anéis” no alto de minha estante de livros onde eu mantenho meus livros de JRR Tolkein e CS Lewis.). Devo elogiá-lo por ter providenciado isso tão bem.
Obrigado, mas eu fiquei decepcionado em como a mercadoria foi distribuída e introduzida no mercado e tenho que aceitar que eu era como um neófito nessa questão (para ser bem honesto eu tinha muito pouco conhecimento do que eu estava fazendo) mas eu aprendi muito e eu espero fazer melhor com Príncipe Caspian.

Qual é sua opinião em ter personagens de Nárnia e várias coisas sobre este mundo em parques temáticos da Disney?
Como esta é mais uma das áreas de minha responsabilidade, obviamente eu sou a favor.

Cinéfilos e fãs comparam os filmes de Nárnia com a adaptação de “O senhor dos anéis” em termos da qualidade, você acha que esta é uma comparação justa?
Eu penso que fizemos melhor do que eles fizeram – óbvio. Mas na verdade é como comparar bulldogs com os bailarinas. 

Foi confirmado que todos os sete livros se transformarão em filmes. Qual é sua opinião quanto a isso?
Esta é realmente uma pergunta boba, quase todos sabem que minha ambição tem sido, por muito tempo, transformar todas as sete crônicas, a trilogia de ficção científica de Jack e “till we have faces” em grandes filmes.

Eu soube muito bem que você queria transformar todas as sete crônicas em filmes, eu ouvi sobre a adaptação de “Cartas do Inferno”, mas eu nunca soube qualquer coisa sobre querer fazer a trilogia espacial ou “till we have faces”! (nota aos leitores: isto é o que acontece quando você confia em WIKIPEDIA.) Isso é fantástico! Eu creio que você não tem nada a dizer em que pé estão esses projetos?
“Cartas do inferno está na pre-produção e nós temos um jovem roteirista muito talentoso que está numa luta mental total com o roteiro (um muito difícil de escrever). Nós temos o núcleo da equipe preparado e estamos progredindo lentamente. A trilogia cósmica e “till we have faces” são apenas sonhos e esperanças em minha mente, mas se você souber de alguém que tenha algumas centenas de milhões dólares a investir e o desejo real de fazer alguns grandes filmes, por favor, dê a ele ou a ela o meu e-mail.

Um momento. E sobre “O grande divórcio” ou “O regresso do peregrino”. Há alguma intenção de adaptações para o cinema?
Eu tive algumas conversas sobre “O grande divórcio”, mas nada surgiu ainda e o “Regresso do peregrino” está bem abaixo na lista de prioridades:-)

Eu suponho que eu (e algum outros fãs de Nárnia também) terão que reservar espaços nas prateleiras de DVD para pôr os filmes inspirados nos livros de Jack, ao lado das edições extendidas de “O Senhor dos Anéis”!
É uma boa idéia.

Tradução: David de Oliveira Lima
Fonte: narniafans.com

Nárnia e a Bíblia: RIPCHIP E ELIAS

Posted in As Crônicas de Nárnia on outubro 16, 2007 by sergiofernandes

Este artigo irá comparar algumas personagens das Crônicas de Nárnia com os da Bíblia. Comecemos por RIPCHIP E ELIAS. Antes de mais nada, é importante lembrar que as Crônicas não são alegorias, os personagens não são representante exatos das figuras bíblicas. Dito isto, existem várias semelhanças interessantes.

RIPCHIP E ELIAS

Quais semelhanças?
Como disse, as Crônicas não são alegorias, então nem tudo será semelhante. À primeira vista, Rip e Elias são duas pessoas diferentes… bem, pessoa e rato, você sabe o que quero dizer. Examinando-os, no entanto, nós podemos ver que ambos são muito ousados. Ambos queriam anunciar o que acreditavam e não temiam dizer o que para eles significava suas crenças. Nenhum dos dois negaram o que eles conheciam que era certo, mesmo quando a possibilidade da morte os desafiava face a face.

Transladados*
Na história de Elias, encontrada nos livros de I e II Reis, e na parte sobre Ripchip em A Viagem do Peregrino da Alvorada, encontrei uma brilhante semelhança entre eles dois. Mais especificamente, vi alguns pararelos entre a ascenção de Elias ao céu em uma carruagem de fogo e a viagem final de Ripchip para o país de Aslam. O trecho sobre a cena da carruagem de fogo é encontrada em II Reis, capítulo 2, enquanto a viagem de Rip está no último capítulo de A Viagem do Peregrino da Alvorada. Para começar, ambos atravessaram a água antes da cena final. Elias teve de atravessar o rio Jordão, enquanto que Rip navegou pelo Mar de Prata. Este é apenas um detalhe pequeno, no entanto. Muitos outros mais importantes serão apresentados aqui.

Amigos e outras coisas deixados para trás
Um das importantes comparações é que ambos não estavam sozinhos quando partiram para sua jornada final. Elias estava acompanhado pelo seu amigo e sucessor Eliseu, enquanto que Rip foi observado por Lúcia, Edmundo e Eustáquio, três dos que viajaram pelos mares com ele. Quando os dois personagens partiram, eles também deixaram para trás um objeto de grande importância. Elias deixou para trás sua capa, que não servia para o aquecer, mas sim como símbolo de sua posição e autoridade como profeta. Ripchip deixou algo para trás também – sua espada, que é um símbolo de sua vida, sua coragem e sua natureza ousada. E, finalmente, no fim da história, cada um deles é levado para o paraíso (o País de Aslam no caso de Rip, mas quem nega que lá é um paraíso?) sem passar pela morte antes.

O final… mas não menos importante
E então termina a história de Elias e Ripchip… mas, espere! Este é MESMO o fim? Ambos os personagens são vistos de novo, em cenas de grande poder e alegria. Elias aparece novamente no Novo Testamento, acompanhado de Moisés e Jesus durante a Transfiguração, que pode ser lida em Mateus 17, Marcos 9 e Lucas 9. Ripchip também é visto de novo, saudando os sete amigos de Nárnia na Nova Nárnia, final de A Última Batalha. Talvez estas cenas não são tão facilmente comparadas como as duas anteriores, mas eu ainda penso que ela é digna de menção.

Conclusão
A ascenção de Elias ao céu foi a inpiração para uma das últimas cenas em A Viagem do Peregrino da Alvorada? Bem, somente o próprio Lewis pode realmente responder a esta questão, e eu não li nada que ele tenha escrito sobre isso (não quer dizer que não existe, no entanto!). Apesar de tudo as semelhanças são muito fortes e merecem atenção.

*Transladado é o mesmo que arrebatado. Ainda estou falando grego? É ser levado de nosso mundo para outro lugar, no caso o céu para Elias e o país de Aslam para Ripchip.TEXTO POR: Petraverd em http://www.thelionscall.com .
TRADUÇÃO: Glória Priscila
OBS.: As citações dos trechos bíblicos e das Crônicas foram traduzidos, portanto não são cópias das versões bíblicas nem da tradução da editora Martins Fontes (são traduções diretas do orginal).

O PRÍNCIPE CASPIAN, de C. S. Lewis – RELEASE Comparativo

Posted in As Crônicas de Nárnia on outubro 16, 2007 by sergiofernandes

O Príncipe Caspian é o segundo livro dos sete escritos por C. S. Lewis que compõem a série infanto-juvenil As Crônicas de Nárnia. Publicado em 1951, é sugerido como o quarto na ordem cronológica de leitura das histórias.

Mais de mil anos se passam em Nárnia após as aventuras de Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia narradas em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, mas para as crianças na Inglaterra se passou apenas um ano. Nárnia (país) fora conquistada por piratas conhecidos como telmarinos, que foram parar em Nárnia (mundo) através de uma passagem secreta dentro de uma caverna localizada em uma ilha deserta no nosso mundo. Os narnianos legítimos são obrigados a viverem escondidos nas florestas e nas montanhas, até a ocasião em que o príncipe Caspian, sobrinho do malvado rei Miraz, descobre que sua vida está em perigo após o nascimento de um herdeiro legítimo do rei. Caspian, que sempre gostou de ouvir as histórias contadas sobre a época de ouro de Nárnia, foge e resolve restaurar o reino com a ajuda dos animais falantes, anões, gigantes, ninfas, faunos, entre outros. A partir desta história, conhecemos o divertido e corajoso rato Ripchip, que se torna amigo inseparável de Caspian e retorna em outras aventuras da série. Para vencer a guerra, Caspian precisa recorrer ao auxílio da trompa mágica da rainha Susana, que segundo a lenda invocaria os quatro reis de Cair Parável ou do leão Aslam, ou ambos os auxílios. Os quatro irmãos Pervensie são transportados novamente para Nárnia e, com grandes batalhas e duelos, e uma ajuda de Aslam, tudo termina em um esperado final feliz.

Os temas cristãos abordados por C. S. Lewis voltam à tona nesta aventura: Assim como em O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, a questão da fé em Deus, naquele que não nos é visível aparece quando Lúcia vê Aslam e os outros não acreditam nela inicialmente. A invocação por um auxílio inesperado feita por Caspian lembra muito a oração. A referência a criaturas mitológicas, como Baco e Pã, sujeitando-se à Aslam deixa a sensação de que o cristianismo é superior ao paganismo. A transformação de Cáspian – telmarino de nascença – em um defensor de Nárnia, divulga que a conversão cristã é o melhor caminho, apesar de grandes lutas e obstáculos.

Há também uma alusão invertida à Alegoria da Carverna, de Platão, quando os piratas entram na caverna e descobrem o mundo fantástico de Nárnia. Seria exatamente o caminho oposto ao que o filósofo propôs, isto é, abandonar a fantasia e buscar a realidade. Outra dicotomia entre fantasia e a realidade aparece quando Pedro e Susana são avisados por Aslam de que nunca mais retornarão a Nárnia, pois já passaram da idade para isto, assinalando assim que a fantasia seria essencial durante a infância, mas a realidade é o que mais importa para a vida adulta.

A existência de uma raça superior e racismo, questões prementes durante a 2ª Guerra Mundial, portanto, bem próximas à publicação do livro, são atacadas quando os anões narnianos não aceitam o anão mestiço Dr. Cornelius, mentor de Caspian.

É interessante a abordagem da diferença na contagem do tempo entre os mundos através da Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, a qual nos dá a idéia de que o tempo passa de modo diferente em lugares diferentes. As mudanças na geografia de Nárnia durante o tempo em que as crianças estiveram fora, assinala que não somente as pessoas se transformam, mas também o lugar em que vivem, com ou sem a interferência humana.

Um detalhe que chama a atenção é que as crianças desta vez são transportadas da Inglaterra para Nárnia quando estão em uma estação de trem, assim como ocorre em Harry Potter. O lançamento do filme O Príncipe Caspian está previsto para 2008 em seqüência ao filme O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, produzido pela Disney em 2005.
Jefferson Luiz Maleski